Capturado
em 8 de outubro de 1967 na aldeia de La Higuera, Bolívia, o
revolucionário do mundo Ernesto Rafael Guevara de La Serna, o Che, foi
assassinado no dia seguinte. Mas ainda vive!
Tudo Muda Mercedes Sosa
La Cancion del elegido Homenaje al Che
Discurso del Che Guevara "La esperanza de un mundo mejor"
Fonte:Gama Livre
Saiba mais
A inapagável grandeza de Ernesto Che Guevara
“Estás em todas as partes,
No índio feito de sonho e cobre
e no negro, envolto em espumosa multidão.
Estás no açúcar, no sal e nos cafezais,
Vivo, como não te queriam”,
(Nicolás Guillén)
No dia 9 de outubro de 1967, há 46 anos, em um vilarejo
distante e miserável da Bolívia, Ernesto “Che” Guevara, capturado e ferido, foi
assassinado por militares bolivianos, a mando do governo dos EUA. Durante todos
estes anos, muitos tentaram deformar a grandeza moral daquele que, segundo o
filósofo Jean Paul Sartre, foi o homem mais extraordinário do século XX.
Che realmente foi extraordinário, um homem singular e
exemplar, de sorte que que até seus adversários (aqueles que não chafurdam na
ignorância política e na miséria cultural-ideológica) reconhecem o gigantismo
do médico argentino, de solidariedade raras vezes vista na História.
Ernesto Che Guevara viajou duas vezes pela América do
Sul e isto foi o bastante para que seu coração escolhesse lutar pelos mais
pobres, pelos condenados da Terra. Che esteve na Guatemala trabalhando como
médico voluntário e lá vivenciou na carne a agressão imperialista e covarde dos
EUA. De lá se foi para o México, onde conheceu o grupo revolucionário de Fidel
Castro e, de lá, partiu para a luta vitoriosa ao lado do povo cubano, em
janeiro 1959.
Che sempre se notabilizou. Depois dos combates, ao
passo que seu grupo prosseguia a marcha, ele permanecia atendendo a seus
feridos e, ainda aos feridos do Exército inimigo. Quando sua asma o impedia de
prosseguir a marcha, Che, com seu notável espírito de sacrifício, ordenava a
seus companheiros que não parassem por ele. Para Che, o coletivo estava sempre
em primeiro lugar.
Che Guevara se tornou Ministro após a vitória
revolucionária em Cuba, mas nunca chamou para si nenhum privilégio, nunca
admitiu que seu posto e sua importância dentro da Revolução lhe conferissem
qualquer tipo de benefício. Che conclamava o povo ao trabalho voluntário e
sempre se apresentava em todas as frentes, pois acreditava firmemente na
exemplaridade moral.
Mas até mesmo a Revolução Cubana pareceu pouco a um
homem como Che, e, assim, coerente e consequente com sua solidariedade
internacional, levou centenas de cubanos consigo para libertar o antigo Congo
Belga do jugo colonialista. Malsucedido, Che volta para Cuba depois de algum
tempo, com o coração disposto a incendiar a América do Sul e, com isso, viaja
para a Bolívia.
Todavia, após um ano de trabalho político, o grupo de Che é
encontrado na selva boliviana e, aos 39 anos de idade, o titã latinoamericano é
capturado e morto.
Aqueles que comemoram a morte do Che se precipitam,
porque onde houver injustiça e opressão, o signo de Che Guevara estará
presente. Onde os homens buscarem sua verdadeira emancipação, Che estará vivo.
Che é e, sempre será, um gigante, ao passo que seus detratores, rastejarão pela
vida...
Não há como esconder um gigante como Che no pequeno baú
da mediocridade e do reacionarismo.
Che é um homem raro, exemplo raro de amor ao próximo.
Che foi absolutamente coerente com suas ideias e levou às últimas consequências
seus ideais. Che sentiu a dor das pessoas em todas as partes do mundo e doou
sua vida a elas. A seu tempo, lutou como se lutava no mundo, pela via das
armas.
Há pouco tempo, a UNESCO transformou os escritos de Che
Guevara em Patrimônio da Humanidade. Agora, as obra de Che pertencem ao Programa
de “Memória do Mundo”. Isto significa que a obra de Che representa um símbolo
de rebeldia, de libertação do homem e de solidariedade internacional.
E o que fazem ou fizeram pela humanidade aqueles que o
caluniam e atacam sua grandeza moral?
Che Guevara foi, verdadeiramente raro e exemplar. Homem
de seu tempo e para todos os tempos, porque soube sentir o mundo e a época que
vivia. Sentiu que a liberdade do homem exigia, e ainda exige, a superação
histórica do capitalismo e, para tanto, lançou-se numa luta de morte contra o
imperialismo.
Che lutou com todas as suas forças até cair mortal e
heroicamente na Bolívia.
Mas já estava previsto. Che sabia e, por isso,
legou-nos a célebre frase:
“Derrota após derrota, até a vitória sempre!”
Fonte: Informiga
Saiba mais
Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura
* Wagner Gomes. Advogado
O dia 8 de outubro de 1967, ficou marcado na minha memória, por dois fatos
simples: era o segundo domingo de outubro, dia do Círio de Nazaré, e também o
dia em que CHE GUEVARA, ferido, fora capturado nas proximidades da Aldeia de La
Higuera, nas selvas bolivianas. Lembro, ainda hoje, que pela parte da manhã,
acompanhei a Procissão do Círio. E à noite, como era de costume, através das
“ondas curtas” de um potente rádio “MULLARD”, sintonizava a “VOZ DA AMÉRICA”,
quando recebi a noticia da captura do CHE. Mudando o “dial” daquele aparelho,
para a BBC de Londres, Rádio Central de Havana e Rádio Central de Moscou, a
nota foi confirmada. No dia seguinte, como se soube depois, fora executado a
sangue-frio.
Relendo o livro “Fidel e a Religião” do Frei Betto, compartilho estas
palavras de Fidel, a uma pergunta se “Cuba exporta a revolução?”.
“…Creio que é simplista, superficial e idealista falar de exportação, de
revolução. Pode-se gerar ideias, critérios e opiniões e divulgá-las pelo mundo.
Quase toda as idéias que há no mundo foram geradas num lugar e difundidas em
outro…
…Admito que as idéias se espalhem, e isto é histórico e ninguém pode
negá-lo. Mas é infantil e ridículo falar de propagação e idéias exóticas…
…Pode-se divulgar idéias, mas não se pode exportar revoluções. As crises é
que geram idéias e não as idéias que geram as crises. É uma prova de ignorância
falar em exportar revolução…”
Então, não se preocupem aqueles que estão temerosos com a presença dos
médicos cubanos no Brasil e no Amapá.
Aqui não pretendo falar da vida revolucionária de Ernesto Rafael Guevara de
La Serna, ou simplesmente “CHE”. Mas que através de uma carta enviada a uma de
suas filhas, você possa conhecer um pouco do homem.
A carta enviada a Hildita, de Brazzaville, datada de 15 de fevereiro de
1966, quando ela completava dez anos, é um hino de amor e ternura, de quem sabe
o que faz e o que quer. Ei-la:
“Hildita querida:
Hoje te escrevo embora a carta demore muito em chegar às tuas mãos; mas
quero que saibas que me lembro de ti e espero que estejas passando um
aniversário muito feliz, Já és quase uma mulher e já não é possível escrever-te
como às crianças, contando tolices e mentirinhas.
Deves saber que estou e estarei durante muito tempo longe de ti, fazendo o
que posso para lutar contra nossos inimigos. Não que seja muita coisa, mas
alguma coisa estou fazendo e creio que poderás sempre te orgulhar de teu pai,
assim como eu me orgulho de ti.
Lembra-te de que ainda faltam muitos anos de luta, mesmo quando fores
mulher, terás que fazer uma parte da luta. Enquanto isso, tens que preparar-te,
ser muito revolucionária, o que, na tua idade, significa aprender muito, o mais
que for possível, e estar sempre pronta para apoiar as causas justas. Além
disso, obedecer à tua mãe e não te julgares capaz de tudo antes do tempo. O
tempo chegará…
Deves lutar para ser das melhores alunas da escola. Melhor em todos os
sentidos; já sabes o que quero dizer: estudo e atitude revolucionária, isto é,
boa conduta, seriedade, amor à revolução, companheirismo, etc.
Eu não era assim quando tinha a tua idade, mas vivia numa sociedade
diferente, onde o homem era inimigo do homem. Tens agora o privilégio de viver
outra época e tens que ser digna dela.
Não te esqueças de olhar pela casa, de vigiar os outros garotos e aconselhá-los
a que estudem e se comportem bem, principalmente Aleidita, que te respeita
muito como irmã mais velha.
Bem, querida, mais uma vez, feliz aniversário. Dá um abraço em tua mãe e em
Gita e recebe um abraço bem apertado, que valha por todo esse tempo em que não
nos vemos, de teu papai!”.
Ricardo Rojo que escreveu “Meu amigo CHE”,
editado pela Traço Editora, fecha o livro com estas palavras: “Quando tentaram
retirá-lo do local do crime, os dois verdugos não conseguiram ocultar um
estremecimento de terror: Che Guevara tinha os olhos muito abertos e serenos e
um sorriso que para eles significava desdém e, para o resto do mundo,
simplesmente, amor”.
P.S. Dedico o texto aos meus filhos, Marcos, Taíbe e Lélio e aos amigos
Evaldy Motta, Ronaldo Serra, Luiz Melo, Emmanuel Dante, Rubem Bemerguy, Sérgio
La Roque, Jucicleber Castro e Luciano Delcastillo.
Wagner Gomes
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